domingo, 19 de março de 2017

Registro. Divaldo Pereira Franco no Paraná Ponta Grossa

16 de março de 2017
Em noite agradável, Divaldo Franco se apresentou em Ponta Grossa para mais uma brilhante conferência, como vem fazendo ininterruptamente desde o ano de 1954 quando esteve pela primeira vez nos campos gerais. O Salão Social Arthur João de Maria Ribeiro, do Clube Princesa dos Campos – Clube Verde -, foi palco para mais uma grande confraternização dos espíritas paranaenses. Antes do evento o Sistema Brasileiro de Televisão – SBT- Ponta Grossa – realizou entrevistas com a escritora Suely Caldas Schubert, de Minas Gerais; Lúcia Moehlecke Flores, da Equipe do Livro Divaldo Franco, do Rio Grande do Sul; Demétrio Ataíde Lisboa, Presidente do Centro Espírita Caminho da Redenção/Mansão do Caminho; Jorge Godinho Barreto Nery, Presidente da Federação Espírita Brasileira, entre outras personagens; e Divaldo Pereira Franco que falou sobre o começo de sua mediunidade, o seu desejo de continuar na obra do bem, a transição planetária e o intercâmbio entre os mundos habitados, e a felicidade – a paz na intimidade do indivíduo.
Após bela interpretação musical ao som do clarinete, compuseram a mesa diretiva Luís Maurício Resende, Conselheiro da Federação Espírita do Paraná – FEP; Adriano Lino Greca, Presidente da FEP; Jorge Godinho Barreto Nery, Presidente da FEB; Edson Luiz Wacholz, Presidente da União Regional Espírita – 2ª Região; e Divaldo Pereira Franco. Presentes, também, outras autoridades do Movimento Espírita do Paraná e do Brasil. Comemorando antecipadamente os setenta anos de oratória – 27 de março de 1947 -, e nonagésimo aniversário de Divaldo Franco foi-lhe ofertada uma placa de agradecimento em nome da URE-2ª Região.
Iniciando a conferência para mais de dois mil presentes, em dois ambientes, Divaldo Franco discorreu sobre o conhecimento humano, desde a micropartícula ao macrocosmo, uma conquista notável, bem como a realização do pensamento humano. Estas conquistas, aliando a tecnologia e a ciência, prolongam a vida do homem sobre a Terra. As comunicações, pessoais e institucionais, se constituem em um avanço notável. Por outro lado, a humanidade experimenta, ainda, os flagelos das guerras, da violência de toda ordem, a miséria material e moral. A paz ainda se encontra distante dos corações e das mentes do homem moderno, carente de transformação moral, apesar de todos os avanços modernos.
Esquecendo-se de si para viver o mundo exterior, o homem deixou de viajar para dentro de si mesmo, descobrindo-se como um ser capaz de amar, possuidor de um sentido moral e psicológico para a vida, dando um significado ético, autoconhecendo-se e identificando a sua condição de ser psicológico.
Em faltando um significado para a vida, o homem está enveredando pelo caminho da depressão. Estima-se que haja 360 milhões de depressivos crônicos, e que em 2025 a depressão será a primeira causa de mortes através do suicídio, por absoluta falta de um sentido psicológico para a vida.
Rollo May, (1909 —1994) afirmava que a sociedade humana havia elegido como parâmetros para a felicidade o individualismo, o sexismo e o consumismo. Todos são caminhos de fuga para a realidade existencial. O homem moderno, cibernético está coisificando-se. Já não conversa mais, não dialoga, somente discute. Isolou-se, e a solidão instalada o consome.
O que fazer? Carl Gustav Jung (1875-1961), psiquiatra suíço e fundador da psicologia analítica, escreveu em três dias e noites, freneticamente, o livro Resposta à Job, personagem mitológica da Bíblia, onde apresenta uma definição a respeito da consciência, destacando que o verdadeiro momento de consciência é quando o Ego toma conhecimento do SELF, do EU profundo. A busca pelo autoconhecimento levará o homem a construir-se mais equilibrado, responsável, amoroso. A família é o laboratório ideal. Voltar à família, construindo o genuíno lar é tarefa que todos devem realizar.
Emilio Mira y Lopez, (1896-1964), sociólogo, médico psiquiatra, psicólogo e professor, estabeleceu os gigantes devoradores da vida humana: rotina, ansiedade, medo e amor. São elementos presentes na vida de grande parte da humanidade, e que comprometem o equilíbrio integral - físico, psicológico e espiritual -, impedindo os indivíduos de alcançarem o estado de paz e felicidade. A falta de metas psicológicas profundas, de motivação, vivendo-se para o atendimento aos instintos básicos - comer, repousar e procriar -, em permanente estado de ansiedade, sem confiança em si mesmo e na providência divina, sem controle dos medos e de da libido, compõem o quadro ideal para as perturbações íntimas.
Joanna de Ângelis, Mentora Espiritual, estimula os indivíduos a realização de esforços para transformar esses gigantes perniciosos da alma. Em vez da rotina, ter uma vida dinâmica, variando as atividades, experimentando novas oportunidades; em vez de sucumbir aos medos, enfrentá-los, com o uso da audácia, da coragem; a ansiedade deve ser substituída pela confiança em si mesmo, na perfeita justiça e misericórdia divinas, que tudo provê, vivendo cada momento tendo a consciência do que está fazendo ou vivendo; a solidão deve ser substituída pela solidariedade – o solidário não é solitário -; e, por fim, educar a libido, para poder viver o amor mais puro, livre de conflitos e desequilíbrios perturbadores. É o amor vivido e exemplificado por Jesus de volta aos corações humanos, a Sua proposta é psicoterapêutica.
O amor é seiva de vida para se alcançar a felicidade. Deve-se compreender que a vida de cada um depende de outrem, constituindo a grande família universal. Não se resignar com o mal que grassa no seio da humanidade. É necessário quebrar essa rotina. A Mentora Joanna de Ângelis orienta para que os homens possam descobrir os invisíveis da sociedade humana, isto é, os desafortunados, os miseráveis, tanto material quanto moralmente. O amor deve ser dirigido, ofertado indistintamente, tanto para os amigos, como para os inimigos.
As condecorações dos cristãos verdadeiros são as cicatrizes do sofrimento, oriundas do burilamento a si mesmo, aparando as arestas agressivas. É necessário ser feliz, mesmo carregando as dificuldades, servindo sempre, principalmente aos familiares. O Espiritismo é o novo sermão do monte, construindo uma sociedade digna. É a doutrina que leva o homem a crer racionalmente. É a ciência e a religião unidas em prol da humanidade.
Quando o indivíduo perdoa, desalgema-se e trabalha em favor da humanidade, agasalhando pensamentos voltados para as virtudes, afastando-se dos pensamentos pessimistas e fomentadores do mal. Amar é tornar-se feliz. Assim foi encerrada a magnífica conferência em Ponta Grossa sob fortíssimos aplausos após a apresentação do poema Meu Deus e Meu Senhor.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke
 

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