quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Registro. Divaldo Franco e Juan Danilo Rodríguez no Rio Grande do Sul. Santa Cruz do Sul.

29 de agosto de 2017
No início da tarde Divaldo Franco visitou a Associação Espírita Francisco de Assis e o Educandário Thales Theisen, quando, então, interagiu com a garotada, contando belas e divertidas histórias, tocando os seus corações, sensibilizando-os. Foram momentos de muita alegria, descontração e fraternidade.
À noite, o Dr. Juan Danilo Rodríguez, em estando acompanhando Divaldo Franco em atividade doutrinária no Rio Grande do Sul, proferiu uma conferência na sede da Sociedade Espírita À Caminho da Luz. Enio Medeiros destacou a data de 29 de agosto de 1831, quando renasceu no Brasil o emérito Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, patrono da instituição anfitrião, enaltecendo o seu alto senso de justiça, amor e caridade.
Juan Danilo, natural de Ambato, no Equador, é espírita, residente em Quito, a capital equatoriana. Querido amigo de Divaldo, é profissional da área de saúde, fundou a primeira instituição espírita do Equador, em Quito, o Centro Espírita Francisco de Assis, sendo seu atual presidente. Fundou, também, a Fundação Luz Fraterna, dedicada ao tratamento da síndrome autista. Neste seguimento escreveu o livro Alliyana, abordando o tratamento aos portadores de autismo. Alliyana é uma palavra originária da língua quíchua dos nativos do Equador e tem como significado sarar, que para a cultura andina, sarar, curar é esclarecer.
Dirigindo-se ao público que lotou a instituição, Juan Danilo foi o portador do abraço dos espíritas do Centro Espírita Francisco de Assis, dizendo que seus integrantes estudam com afinco a Doutrina Espírita, desenvolvendo o amor e a caridade. Sua conferência teve por tema central a vida futura. Salientando que todos têm dores físicas e emocionais, viajando na direção da felicidade, realizando experiências e sacrifícios.
De origem materialista, Juan Danilo defrontou-se com a mediunidade amplamente aflorada, mesmo antes de conhecer o Espiritismo. Tinha dúvidas sobre as mensagens recebidas, buscando comprová-las através do cruzamento de dados. Orientado por um mentor, resolveu estudar a Doutrina Espírita junto a outros companheiros que buscavam os mesmos ideais, eram todos espiritistas.
Tudo se compreende com a vida futura. As dores possuem seus alicerces nas ações do passado. Comprovando a imortalidade, narrou a história da menina Vitória, portadora de cardiopatia que a levou a desencarnar nos braços de Juan. Sentia muitas dores. Ligado emocionalmente à Vitória, sentia saudades e tristeza. Mais tarde, um casal amigo, materialistas, estão esperando o nascimento de um filho. Juan, então, no processo do sono físico, ficou sabendo que era Vitória de retorno. Retornaria com a mesma problemática cardíaca, porém, com possibilidades de cirurgia. Vitória tornou-se uma menina forte e alegre. Foi mais um fato comprovando a reencarnação. Na perpetuidade da vida, as dores são passageiras.
Outra faceta muito interessante envolvendo o jovem espírita foi a sugestão de uma mentora negra instigando-o a estudar a língua portuguesa. Embora não percebendo a utilidade do estudo e anuindo ao pedido insistente, passou a estudar o português com a mentora, que aconselhou a aprimorar a fluência e o conhecimento da língua, justificando que para o trabalho com Jesus é necessário um vocabulário maior e fluidez. Sua primeira experiência falando em público, em português, foi na Mansão do Caminho na presença de Divaldo Franco.
Assim, compreendendo que cada criatura humana é uma pedra na construção divina, das virtudes, como sentenciou Jesus a Pedro – serás a pedra onde se assentará a mensagem do amor. As mãos de Jesus para a construção do bem na Terra são as dos encarnados que possuem em Cristo a sua crença e fé. Frisou que todos somos pedras para construir o edifício de amor, de caridade, de fraternidade, de solidariedade.
Para tal, será necessário, em primeiro lugar, a humildade, isto é, o reconhecimento de todos os valores físicos, morais e intelectuais a serviço do bem. Em segundo, o cristão deverá viver na alegria. Os que trabalham no bem são alegres, apesar dos problemas ou das dores que possui. Se é feliz, alegre, trabalhando em favor do outro, possuindo a alegria de viver. O Espiritismo possui todas as respostas para o bem-viver. Em terceiro lugar, para a construção do bem na Terra será necessária a presença do amor. Somente se poderá sentir realizado amando. O verdadeiro amor não é sentido pelo corpo físico, pelas expressões das paixões, ligadas as emoções. As paixões e emoções são etapas do treinamento para oamor incondicional. Para amar será necessário ser abnegado, altruísta.
O cristão materialista, afirmou o seguro conferencista, busca respostas rápidas para suas dores e aflições, deseja milagres. O amor que muitos dizem sentir pelo outro esvai-se ante um equívoco, mesmo diante de inúmeros acertos, assim, já não ama mais a quem dizia amar. O verdadeiro amor se expressa por um olhar, uma expressão cordial, um sorriso, uma palavra de estímulo. A vida futura é muito importante, todos devem entender que a mesma começa a ser construída desde já.
Sobre o autismo, afirmou que é de origem espiritual, que não tem cura, podendo ser superado com trabalho. Está fundamentado em três fatores principais. 1º - a ruptura, a infração grave a Lei de Sociedade. Geralmente tiveram facilidade de comunicar-se e grande mobilidade, causando alienação e destruição de indivíduos. 2º - construção da independência, esses são geralmente muito inteligentes, exige um trabalho constante com eles, trabalhando principalmente a sensibilidade. 3º - a comunicação social deve ser trabalhada nos portadores de estruturas neurológicas e de expressão do sistema nervoso central.
Finalizando, narrou as ações do franciscano, contemporâneo de Francisco de Assis, que como autista seguia linearmente as indicações que lhe davam. Tratava-se do irmão Junípero.
O público, gratificado pelo conhecimento recebido, pôs-se de pé para aplaudir o conferencista calorosamente, recebendo inúmeros cumprimentos.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke


(Recebido em email de Jorge Moehlecke)