terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Registro. Divaldo Pereira Franco em Goiânia, GO

Texto: Djair de Souza Ribeiro - Fotos: Sandra Patrocínio

Incansável, mesmo após um dia de agenda repleta de compromissos na divulgação da Doutrina Espírita e associado às fortes dores ciáticas que há 8 meses veem afetando-o, Divaldo Franco apresentou-se na manhã do dia 12 de fevereiro para mais uma jornada de conferências no 34º Congresso Espírita do Estado de Goiás.
Acolitado pelo Dr. Juan Danilo Rodriguez, Divaldo toma da palavra iluminada e inicia a conferência elaborando uma anamnese histórica partindo de Caio Júlio Cesar, imperador romano sucedido, após seu assassinato por Senadores revoltados, por Caio Júlio Otaviano Augusto que governou o Império Romano imprimindo uma administração pautada pela prosperidade e pela ausência de Guerras.
É nesse clima de paz que nasce Jesus na Palestina, na época dominada pelo Império Romano, e que vem impulsionar a Humanidade em uma nova direção rumo a um futuro onde o amor e dominará nossas ações e comportamento.
Divaldo faz então uma digressão envolvendo Caio Júlio Cesar – que por ocasião dos fatos narrados a seguir ainda não era Imperador de Roma – durante as Guerras da Gália oportunidade em que seu gênio militar associado a uma vontade férrea acabou por conquistar os Gauleses em um terrível banho de sangue, em cujas batalhas um sacerdote druida de nome Allan Kardec fora morto.
Divaldo salta agora 19 séculos e narra com seu verbo inspirado o reencontro entre o Espírito do sacerdote druida – preparando-se para retornar ä Terra como Hippolyte Léon Denizard Rivail - e Júlio Cesar, agora reencarnado na persona de Napoleão Bonaparte. Esse reencontro deu-se no plano Espiritual e é narrado pelo autor espiritual Irmão X e psicografado por Chico Xavier em o livro Cartas e Crônicas, capítulo Kardec e Napoleão.

Acompanhando Kardec ou logo após ele - nascem na Terra uma plêiade de espíritos que veem com a missão de auxiliar a Humanidade em uma nova era de conhecimentos transcendentais e que buscam lançar as bases de doutrinas que permitirão a Humanidade uma integração maior e uma medicina mais humana e natural.
Surge Lázaro Luís Zamenhof que elabora o Esperanto idioma descomplicado e de fácil assimilação e Christian Friedrich Samuel Hahnemann apresentando a Doutrina da Homeopatia.
Para socorrer o ser humano que estorcega em um emaranhado de complexos, conflitos e desequilíbrios emocionais Sigmund Freud apresenta a Psicanálise, mas por não conter todo o cabedal necessário para entender o ser humano holisticamente (corpo físico e alma) despontam novas correntes como a Psicologia comportamental (Behaviorista) e mais tarde a Psicologia humanista (que une as anteriores). Há mais ainda por fazer nesse terreno e surge então a Psicologia Transpessoal batizada por Abraham Maslow como a 4ª Força da Psicologia e que assimila conteúdos de muitas escolas psicológicas, como as da Psicologia Analítica de Carl G. Jung, Abraham Maslow, Viktor Frankl, Ken Wilber e Stanislav Grof (autor do livro Além do Cérebro) e que tem como princípio o estudo da Consciência.

É Jesus incansável no seu auxílio à Humanidade para tornar menos áspero e sofrido o caminho da criatura.
Mas o que a Sociedade tem feito dos valores éticos e morais trazidos pelos Luminares da Humanidade?
Observa-se um barateamento da compostura e uma inversão de valores transformando a criatura humana em uma máquina sexual malversando a utilização das energias genésicas no desvario e na perda do sentido psicológico da vida culminado na ausência do amor.
Qual é o meu objetivo existencial? Muitos se perguntam e o Espiritismo vem nos dizer que vale a pena viver e apresentando caminhos para sublimarmos as energias primitivas na forma das sensações que devem ser convertidas em sentimentos.

Encerrando a conferência Divaldo narra – com sua reconhecida emoção – o fato envolvendo Vicente de Paulo que abdicou da condição de Confessor da Corte Francesa e passou a cuidar das crianças que enxameavam Paris, órfãs da peste que assolava a região.
O inverno rigoroso tornava mais sofrida as aflições dessas crianças desvalidas albergadas por Vicente em uma mansão degradada que lhe fora presenteada pela princesa Margot. Pela ausência de recursos na aquisição de combustível para aquecerem-se toda a madeira do Palacete fora utilizada: assoalho, cadeiras, móveis e o madeirame das camas.
Vendo que a situação somente piorava Vicente de Paulo buscou os Monarcas franceses que fugindo da epidemia abandonaram Paris refugiando-se em Versalhes.
Recebido por um dos filhos de Catarina de Médici, Vicente estendeu a mão direita e implorou ao venal príncipe um auxílio para as pobres crianças de Paris.
Ressentido pelo fato de Vicente de Paulo ter trocado a Corte pelos pobres o desequilibrado príncipe cuspiu-lhe na destra e diante das gargalhadas dos nobres presentes à entrevista falou ao servidor humilde:
— Isto é tudo que mereces por ter-nos trocado pela ralé.
Sem demonstrar ofensa na face o servidor de Jesus recolheu a mão direita sobre a túnica que vestia e distendo a mão esquerda falou sem afetação:
— O que eu merecia vossa majestade já me deu. Busco agora o óbolo para as criancinhas.
Muitos ainda procrastinam adiando, não se sabe para quando, a decisão da transformação e do autodescobrimento, pois não se transforma aquilo que não se conhece.
Citando Mateus 24:36 (“Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai”), Divaldo nos adverte que não devemos esperar mais, pois amanhã pode ser tarde.


(Recebido em email de Jorge Moehlecke)